A pedido de muitas famílias (ou nem por isso), aqui vai uma versão de uma história que eu gosto muito.
Foi originalmente escrito em espanhol para um trabalho, mas como eu acho que quem é português escreve em português, vai aqui a minha tradução/remake toda gira (pois quem conta um conto acrescenta sempre um ponto).
Aqui vai então...
Era uma vez três porquinhos que eram irmãos. Um dia decidiram ir viajar pelo mundo para ver se conseguiam construir uma fortuna. O mais velho dos três irmãos, que era também o mais esperto, deu a ideia de construírem as suas próprias casas para se pudessem proteger dos perigos que andam por aí. Os outros dois acharam que era realmente uma boa ideia e começaram a construir as casas com os materiais que lhes pareciam ser melhores. Cada um construiu a sua: "A minha vai ser de palha" - disse o porquinho mais novo - "A palha é leve e é fácil transportar"; "A minha vai ser de madeira" - disse o porquinho do meio - "É o material mais fácil de encontrar por aí"; "Pois a minha vai ser de tijolo" - disse o porquinho mais velho, que era também o mais esperto - "Ainda que me vá dar muito trabalho, vai ser for e resistente e além disso vou estar a salvo do lobo mau".
Depois de todas as três casas estarem finalmente acabadas os porquinhos deram uma festa para comemorar e andavam pelos bosques todos contentes a cantarolar: "Quem tem medo do lobo mau, lobo mau, lobo mau, quem tem medo do lobo mau, lobo mau...". Subitamente, saltou o lobo detrás de uma grande árvore: "Então? Não têm medo de mim é? Mas deviam ter" - disse o lobo. E dito isto o lobo começou a rir com o riso mais maléfico que podem imaginar... até que... bem... até que se engasgou, como normalmente acontece aos maus nas histórias de criança. Os porquinhos começaram a rir, mas o lobo correu atrás deles e a única coisa a fazer foi ir depressa para as casas que tinham construído. O lobo seguiu o porquinho mais novo para a casa de palha e de seguida ameaçou deitar a casa abaixo. O porquinho mais velho assistia a tudo a sua janela pequenina e não parava de gritar insultos aos seus dois irmãos que segundo ele tinham sido burros ao construir casas de materiais tão frágeis. O que salvou o porquinho mais novo de se tornar numa bela refeição foi uma loba que por ali andava e que chamou a atenção do lobo mau. "Aquela loba é mesmo boa!" -exclamou o lobo, que foi logo repreendido pelo porquinho do meio que lhe disse que não era assim que se tratavam as senhoras: "Deves dizer que ela é bonita e não que é boa". Por esta altura o lobo já estava completamente esquecido dos porquinhos, ele queria era conquistar aquela loba para que fossem para sempre felizes os dois. Num momento de loucura o lobo pediu ajuda aos porquinhos para conquistar a loba: "Vocês os três é que me podiam ajudar, sabem como lidar com as senhoras" - implorou o lobo. "Tu estás doido. Quase nos matas-te e agora queres ajuda?" - disse o porquinho mais velho. "Sim, a única maneira de nós te ajudar-mos era se tu nunca mais fosses mau para nós" - disse o porquinhos mais novo. "Sim, sim, eu faço tudo o que quiserem, mas ajudem-me." - declarou o lobo num acto de desespero.
No jardim da casa de tijolo, os porquinhos prepararam um jantar super romântico e convidaram a loba para jantar, sem ela saber que o jantar era com o lobo. Estava tudo divinal. Tinha velas e flores e até tinha música ao vivo porque o porquinho do meio tinha aprendido tocar violino. A loba não resistiu e apaixonou-se logo pelo lobo.
O lobo e a loba viveram felizes para sempre, assim como os três porquinhos, que nunca mais tiveram de fugir, mas um dia veio um vento muito forte que destruiu as casas dos irmãos mais novos, e o mais velho disse "Eu bem vos avisei".
E então e depois? Depois morreram as vacas e ficaram os bois!
Inspirado num remake da história de "Os três Porquinhos", porque os bons não podem ser os únicos a ganhar!
